Estou acostumado a alimentar-me
de nuvens e distância
~Eugenio Montale
de nuvens e distância
~Eugenio Montale
Esta semana no trabalho, em uma das pausas para o cafezinho, um dos colegas romenos me perguntou: "Por quê é que você está sempre feliz? Me diga... eu sou mais jovem que você e não sou assim, sempre feliz!", e eu, rindo, respondi, "Deve ser o café!". Ambos rimos, pois sei que ele não toma café!
Outro colega, alemão e mais velho, reclamava de certos aspectos desafiadores do projeto, e me perguntou se eu conhecia uma expressão que dizia "ever decreasing circles", que ao pé da letra significa "círculos cada vez menores", mas a idéia é de um ciclo vicioso, em uma espiral descendente, dando a idéia de que as coisas não estão bem, e só tendem a piorar! Respondi que sim, que entendia o que a expressão queria dizer, mas que particularmente eu prefiria aquela outra que diz "o que quer que seja que você tenha que fazer, faça com sua melhor boa vontade, pois se você tem que fazer, provavelmente não há outra opção!"
Apesar das diferenças culturais entre brasileiros, irlandeses, alemães e romenos serem grandes, acabamos mais ou menos dentro de um certo limiar comum. Mas os italianos...
Esta semana aprendi mais uma italianice - e quando digo italianice, não há nenhum pejorativismo envolvido, que fique claro... Minha mãe e minha avó que o digam, e todos os meus antepassados italianos, mas para quem não foi criado na Itália, é impossível não reconhecer a limitação desssa italianices. A mais nova que aprendi, além das clássicas "não se coloca queijo ralado no macarrão com frutos do mar" e "capuccino só até as 10 horas da manhã", a nova é que os italianos não comem macarrão com frango!
Esquisitices gastronômicas a parte, há também a ilusão de que tudo que é italiano é melhor. E como preferências pessoais não é coisa a ser discutida (mas por vezes lamentada), nem vou mencionar a pizza brasileira, o vinho francês, o café colombiano, a cerveja belga, o presunto espanhol, a carne irlandesa...
Mas tudo bem. Os colegas italianos do escritório são divertidos... mesmo quando xenófobos, chauvinistas, grosseiros e mal-educados! Mas como aprende-se algo novo todos os dias, desta vez foi em um provérbio africano que me inspirei:
Pela cara dele, e pelo fato dele ter me oferecido sua tesoura quando me viu cortando o durex com a caneta, me diz que ele entendeu o recado!
Outro colega, alemão e mais velho, reclamava de certos aspectos desafiadores do projeto, e me perguntou se eu conhecia uma expressão que dizia "ever decreasing circles", que ao pé da letra significa "círculos cada vez menores", mas a idéia é de um ciclo vicioso, em uma espiral descendente, dando a idéia de que as coisas não estão bem, e só tendem a piorar! Respondi que sim, que entendia o que a expressão queria dizer, mas que particularmente eu prefiria aquela outra que diz "o que quer que seja que você tenha que fazer, faça com sua melhor boa vontade, pois se você tem que fazer, provavelmente não há outra opção!"
Apesar das diferenças culturais entre brasileiros, irlandeses, alemães e romenos serem grandes, acabamos mais ou menos dentro de um certo limiar comum. Mas os italianos...
Esta semana aprendi mais uma italianice - e quando digo italianice, não há nenhum pejorativismo envolvido, que fique claro... Minha mãe e minha avó que o digam, e todos os meus antepassados italianos, mas para quem não foi criado na Itália, é impossível não reconhecer a limitação desssa italianices. A mais nova que aprendi, além das clássicas "não se coloca queijo ralado no macarrão com frutos do mar" e "capuccino só até as 10 horas da manhã", a nova é que os italianos não comem macarrão com frango!
Esquisitices gastronômicas a parte, há também a ilusão de que tudo que é italiano é melhor. E como preferências pessoais não é coisa a ser discutida (mas por vezes lamentada), nem vou mencionar a pizza brasileira, o vinho francês, o café colombiano, a cerveja belga, o presunto espanhol, a carne irlandesa...
Mas tudo bem. Os colegas italianos do escritório são divertidos... mesmo quando xenófobos, chauvinistas, grosseiros e mal-educados! Mas como aprende-se algo novo todos os dias, desta vez foi em um provérbio africano que me inspirei:
“Se você vai disparar a flecha da verdade, primeiro mergulhe-a no mel.”Disposto a cuidar da organização do escritório, e arrumar alguns cabos de rede que estavam há muito pelo caminho, comecei a puxá-los daqui e dali, e eventualmente tive que me meter debaixo das mesas dos colegas, e um collega soltou essa pérola: "Fanculo, você está realmente testando a minha capacidade de sorrir hoje!", e eu, "não... eu estou testando a sua capacidade de colaborar! Afinal de contas, a sua vida também ficará mais agradável com essa arrumação!"
Pela cara dele, e pelo fato dele ter me oferecido sua tesoura quando me viu cortando o durex com a caneta, me diz que ele entendeu o recado!